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  • Foto do escritorAna Beatriz Araújo Cerqueira

Ou isto, ou aquilo




Eu nunca me identifiquei muito com Direito. Mas sempre gostei bastante. Gostava de quase tudo. Sentava na frente, estudava para as provas, lia as doutrinas, fazia resumos lindos. Fui estagiária de gabinete por muito tempo. E amava. Me sentia feliz. Mas sempre tive interesses muito diversos e contraditórios. E me sentia estranha.


Fiz intercâmbio em um lugar completamente inesperado, matérias em outros cursos, fui bolsista de extensão como designer no curso de história, fui a incontáveis congressos de ciência política... E por aí vai. Era um peixinho esquisito no mundo jurídico. Ainda dentro d'água, mas às vezes bastante sufocado e precisando de muito ar. Talvez fosse uma espécie estranha de golfinho.


Minha história com o legal design é bonita por isso. Porque eu tive a sorte de viver um grande encontro. Desses que poucas vezes a gente tem na vida. Por isso me emociono falando disso. Por isso gosto tanto. Porque tem a ver com aquilo que sempre fui. E tantas vezes pensei que não poderia nunca ser inteira, que seria sempre fragmentada, um pouco aqui, um pouco ali. Uma Ana jurista, uma Ana comunicadora, uma Ana designer. Nunca tudo junto. E de repente encontrei esse lugar que me permitia ser tudo isso de uma vez. E ainda me exigiu ir além e me desdobrar em empreendedora. Isso que tem me exigido tanto e me feito de maneira tão inesperada me apaixonar pela matematização das coisas. Logo eu.


Encontrar o legal design foi um alívio enorme. Saber que existiam outras possibilidades dentro do direito que iam além daquilo que me tinha sido apresentado me fez entender que os "if" do mundo vão muito além daquilo que a gente consegue logo de cara entender. A realidade é complexa demais, sempre irredutível.


Essa foto é de uma janela do bloco 3D, na sala onde por algum tempo frequentei um grupo de direito e teatro, o Artimanha, que também pregava isso, essas outras possibilidades dentro das existências jurídicas. E isso sempre me marcou.


Seria possível ser artista e jurista, tudo ao mesmo tempo?


Hoje eu sei que sim.


Porque "o jurista" não existe. Somos todos nós que ocupamos esse lugar, amamos e nos dedicamos a construir uma sociedade melhor através da ótica do Direito, que também pode estar permeada por tantas outras óticas.


Do jeitinho mesmo que somos.


Eu 'tô falando isso pela quantidade de feedbacks que recebi de vocês por ter contado minha história por aí. É um privilégio imenso poder contar minha história. E encontrar tanta gente que se identifica com as minhas angústias: esse é um grande presente.


O direito é nosso! E nunca poderia deixar de vir aqui e dizer: muito obrigada! <3


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